Monarquia e propriedade ibéricas: a influência de Fermín Caballero no enquadramento fundiário português (1872-1900)
Teresa Nunes
Faculdade de Letras
Universidade de Lisboa
ORCID: 0000-0002-1765-7880
Publicado: 23/09/2022
DOI: https://doi.org/10.31338/ahi.2022.1.4
RESUMO: Na segunda metade do séc. XIX, a escassa produtividade agrícola, a par da implementação gradual da arquitectura institucional liberal e as mudanças no âmbito do sistema de trocas mundial propiciavam o recrudescimento de um extenso debate sobre a propriedade rústica em Portugal. Na esteira das primeiras discussões ocorridas na sequência da implantação do regime liberal, ocorrida em 1820, esta querela incidiu sobre as condições subjacentes à formação da propriedade agrícola, à natureza das formas de exploração, em particular dos vínculos prevalecentes, sem esquecer os usos dos solos e respectiva modernização. O presente artigo procede à análise contextualizada das diferentes perspectivas políticas expressas pelos partidos portugueses, monárquicos e anti-monárquicos sobre esta temática. Atribui-se ênfase especial ao impacto do pensamento de Fermín Caballero na fundamentação desenvolvida pelos grandes proprietários rurais portugueses.
PALAVRAS-CHAVE: monarquia, Portugal, Espanha, reforma agrária, distribuição de terras.